Chocolate e vinho podem prevenir demência, diz pesquisa canadense

Um estudo recente realizado pela Queen's University Belfast, no Canadá, e publicado na revista científica JAMA Network Open, revelou que consumir alimentos ricos em flavonoides, como chocolate amargo, vinho tinto e frutas vermelhas, pode reduzir o risco de demência em até 28%.

Sob a liderança da professora Aedín Cassidy, a pesquisa utilizou dados de mais de 120 mil adultos coletados pelo banco de informações do UK Biobank. Os participantes, com idades entre 40 e 70 anos, foram acompanhados por um período de 9,2 anos. Os resultados mostraram que aqueles que incluíam mais flavonoides na dieta apresentaram menores taxas de desenvolvimento da demência.

Os flavonoides são compostos antioxidantes presentes em plantas e conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias e anticâncer. No estudo, indivíduos que consumiram pelo menos seis porções diárias de alimentos e bebidas ricos nesses compostos — como chá, vinho e berries — tiveram um risco significativamente menor de sofrer declínio cognitivo. A pesquisa destacou que o efeito protetor foi ainda mais evidente em pessoas com predisposição genética para a demência ou sintomas de depressão.

A coautora do estudo, Dr. Amy Jennings, ressaltou que, embora o vinho deva ser consumido com moderação devido ao álcool, incluir fontes de flavonoides na alimentação é uma estratégia simples e promissora para preservar a saúde cerebral a longo prazo.

Essa pesquisa faz parte de um esforço contínuo para identificar formas de prevenir a demência, já que ainda não existem tratamentos eficazes para a doença.

No Brasil, segundo dados da Universidade de São Paulo (USP), aproximadamente 2 milhões de pessoas convivem com demência, a maioria delas com mais de 60 anos, faixa etária em que cerca de 8,5% da população é afetada. Com o envelhecimento crescente da população, aliado a fatores como sedentarismo e baixa escolaridade, o número de casos de demência deve chegar a 5 milhões até 2050.